A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)
A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)
Ando à procura dos sorrisos meus
Que deste meu semblante se ausentaram,
Aquando no sorrir dos lábios teus
Nossas bocas em beijos se juntaram.
Ando à procura dos sorrisos meus
Sem os quais o meu rosto se enviesa;
Abalados dos meus lábios plebeus
Para esses teus lábios de princesa.
Se acaso meus sorrisos subtraíste
E meu rosto tornaste assim mais triste
Sem o brilho que outrora demonstrei;
Vem repartir comigo esse cintilar
Que em teus lábios anda agora a pairar
Devolven (...)
NÃO SEI ONDE MORAS
Não sei onde moras
Nem quais são as ruas
Em que te demoras
No tardar das horas
De ter novas tuas.
Não sei que caminhos
São as tuas metas
Nem os passarinhos
Nem os adivinhos
Nem as borboletas.
Não sei de onde vens
Nem dos passos teus
Nem que amores tens
Nem se te deténs
Nos olhares meus.
Não sei em que estrada
Há um beijo à espera
Noutra encruzilhada
De flores bordada
Rosas, primavera.
Não sei onde moras
Nem há sois nem luas
Que digam se choras
(...)
Pediste-me que contigo sonhasse
Mas os sonhos a dormir sonhados
Não obedecem ao nosso sentir.
Se em todos nossos sonhos se mandasse
P’ra além dos que sonhamos acordados,
Moravas em sonhos meus de dormir.
Nem sei, se em sonhos de dormir sonhei
Esses sonhos reais que desejaste
Para neles contigo me encontrar.
Só sei que de manhã quando acordei
Não sei se foste tu que me acordaste
Mas era em ti, que estava a pensar!.
Depois, os sonhos sonhados de dia
Em quantos devaneios se (...)
http://geographicae.files.wordpress.com/2007/10/glaciar-argentina-viedma.jpg Quando se vão os amoresFicam no peito os clamoresE ecos só de amizade.É como se a alma fosseDe um sabor amargo e doceCom um trago de saudade. Teu coração está tão frioComo esse gélido rioQue nasce no glaciar.Não sei se haverá calorQue tenha rubro fulgorCapaz de o incendiar. Se eu fosse (...)
SE
Se todos os defeitos deste efémero viver,
Fossem assim, destas simplicidades tão meras,
Outros sonhos e outros sóis haveriam de ser
Gáudio de antemanhãs sem hora de entardecer
Perenemente ornamentados de primaveras.
Se suavizássemos os caminhos lodacentos
Bordejando-os de jasmim e de belas rosas,
Depois de nós viriam aqueles, cujos adventos,
Em caminhos lisos se fariam sem tormentos;
Deixando neles um lastro de flores mimosas.
Se reciclados fossem, os canos das bombardas,
(...)
Tomei de empréstimo o teu poema,
De clarões repleto, e uma guitarra
Que ao longe, dolente trinava
E acordava ao ritmo de um fonema.
Tomei-o de empréstimo, e lema
E leme, talhado em cais de amarra
De clarões repleto, e uma guitarra
Que em rugidos de mar se empolgava.
Tomei de empréstimo o mar azul
Desse mundo teu que estremecido
Em clarões de alvorecer do dia
Se espraiava esgueirado ao sul;
Tomei de empréstimo o mar azul
E um som de guitarra se perdia
Em desassossegado gemido
Sem (...)
A JURA Tu pediste-me uma juraE uma jura te jurei!Depois da jura juradaFoi então que me lembrei:Que qualquer jura só duraEnquanto não é quebrada. A jura de (...)