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Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

16.02.06

AO PRIMEIRO CANTER DA COTOVIA


João Chamiço

Ao primeiro cantar da cotovia


Desvanecia-se a noite de breu


Que de velhas auroras floresceu


Sempre travestida de novos mantos,


Ao primeiro cantar da cotovia


Pariam alegrias velhos prantos.


 


Brilhante e florida de mil cravos


Velando as grilhetas das prisões


Que de par em par se escancaravam.


Ficavam libertos os homens bravos


E as mulheres de assentes convicções,


E presos os carrascos que os guardavam.


 


Serena aurora, sem mortes nem tiros,


Porque na hora exacta o soldado


Observou com razão a ordem certa.


Mas há muitos morcegos e vampiros


Hibernados nas trevas do legado


E faz falta sentinelas alerta.


 


Faz falta estar desperto e atento


E manter-se acordada a sentinela


De cada vez que clarear o dia.


Um cravo em riste, em cada momento,


Botão de espingarda e de lapela


Ao primeiro cantar da cotovia.


 


João Chamiço


2003-10-21

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