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Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

18.02.06

QUANDO


João Chamiço

Quando as dunas taparem os dois hemisférios


Quando já não se ouvirem pintassilgos nem pardais


Quando as cearas se enrouparem de cemitérios


Quando já não te acenarem os demais,


  


Quando as aves não voarem, porque as mataste


Quando os rios não correrem, porque os bebeste


Quando os peixes não nadarem, porque os castraste


Quando as árvores perecerem, porque cortaste o último cipreste


 


Quando apenas tu, restares sobre esta ilha


Poderás possuir tudo aquilo que restar,


Quando já não houver quem te exija partilha


Do nada, que terás então p´ra partilhar.



 


João Chamiço