QUANDO SE VÃO OS AMORES
João Chamiço
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Quando se vão os amores
Ficam no peito os clamores
E ecos só de amizade.
É como se a alma fosse
De um sabor amargo e doce
Com um trago de saudade.
Teu coração está tão frio
Como esse gélido rio
Que nasce no glaciar.
Não sei se haverá calor
Que tenha rubro fulgor
Capaz de o incendiar.
Se eu fosse uma centelha
Cuja faísca vermelha
Fosse a carga de um ião,
Talvez teu rio gelado
Fosse um vulcão transformado
No mais doce coração.
João Chamiço
2009-02-26