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Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

28.02.06

GRITO NEGRO


João Chamiço

Grito Negro 


Eu sou carvão!


E tu arrancas-me brutalmente do chão


E fazes-me tua mina, patrão.


Eu sou carvão!


E tu acendes-me, patrão,


Para te servir eternamente como força motriz


Mas eternamente não, patrão.


Eu sou carvão


e tenho que arder sim;


Queimar tudo com a força da minha combustão.


Eu sou carvão;


Tenho que arder na exploração


Arder até às cinzas da maldição


Arder vivo como alcatrão, meu irmão,


Até não ser mais a tua mina, patrão.


Eu sou carvão.


Tenho que arder


Queimar tudo com o fogo da minha combustão.


Sim!


Eu sou o teu carvão, patrão.


 


                                                    José Craveirinha


                                                (Poeta Moçambicano)


 

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