BAGDAD
João Chamiço
Sempre que “rosna” um canhão
Sai à rua a mortandade
Onde a lei é transgressão.
Bagdad, cidade morena
De morte e barbaridade
Quando serás tu serena?
Camões, escreveu um dia,
– Tanta guerra, tanto engano –,
Provavelmente sabia
Que passado tanto ano
Tanto haveria de engano
Como guerras haveria.
Neste livro que vos deixo”
Disse um dia António Aleixo;
– À guerra não ligues meia – ,
Porque alguns grandes da terra
Vendo a guerra em terra alheia
Não querem que acabe a guerra”.
Soltam falsas brancas pombas
Esses que soltam as bombas
Que enchem de morte a cidade.
Bagdad, cidade morena
De morte e barbaridade,
Quando serás tu serena?
2004-12-26
João Chamiço