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Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

26.02.06

O MOLEIRO


João Chamiço

O Moleiro

Vai o moleiro enfarinhado

Terminada a jornada de um dia

E vai o seu burro carregado

Com o leve peso da maquia.

 

Roda sem descanso a sua mó

Que em farinha, transfigura o grão,

De onde vai nascer o fino pó

Que um dia há-de vir a ser pão.

 

Subindo as veredas do outeiro,

Na companhia do seu jumento

Lá vai solitário, o moleiro,

 

À noite, quando adormece só

Voa p'ra longe, o seu pensamento

Solto do rodar da sua mó.

F. Januário