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Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

22.01.06

DEDICATÓRIA ALEGRE


João Chamiço

DEDICATÓRIA


Darei ao povo o meu poema
eu lhe darei a flor e a pedra
cada minuto cada tristeza
uma azagaia contra a dura sorte
a minha raiva acesa em cada noite
eu lhe darei a flor e a pedra
e a minha vida. E a minha morte


Manuel alegre



Glosa


É meu destino, a Presidência,
se o povo acreditar no meu lema.
Serei digno dessa incumbência,
(darei ao povo o meu poema)


(Eu lhe darei a flor e a pedra)
para novos jardins construir.
Sempre que um cravo vermelho medra
é como uma criança a sorrir.


(Cada minuto, cada tristeza)
hão-de ser apenas uma pausa,
e o amanhã, a nova certeza
sempre que seja justa, a causa. 


(Uma azagaia contra a dura sorte)
e os troncos já podres da má sina,
quando nos trespassa o vento norte
e a fome, mina, e determina.


Se o  pão e o vinho para o povo
são ao final da tarde um açoite
ateia a chama do dia novo
(a minha raiva acesa em cada noite)


A cada jugo, darei meu veto,
(uma azagaia contra a dura sorte)
e a minha espada , e o meu afecto
(e a minha vida. e a minha morte.)



João Chamiço


Tendo por mote a dedicatória da candidatura de Manuel Alegre.


www.santaremalegre.blogs.sapo.pt/