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Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

Aqui, no OBSERVANTES, têm lugar privilegiado:

A poesia, os sonhos e a utopia. A critica incisiva às realidades concretas de Portugal e do mundo baseadas na verdade constatada e só nela. "A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida". (Eduardo Girão)

31.01.06

É FÁCIL, PAGAMOS, POLUÍMOS E MORREMOS FELIZES PARA SEMPRE.


João Chamiço

Pasmem-se as mentes minimamente pensantes deste mundo com as “maravilhosas soluções” com que nos brindam os nossos “estimados governantes. A natureza dá-nos sinais que são mais do que evidentes de que algo de muitíssimo grave se passa no comportamento da humanidade face ao equilíbrio ecológico do planeta. Soluções drásticas vão ter de ser tomadas muito rapidamente. Todos sabemos que não vai ser possível por muito mais tempo continuarmos a despejar milhões de toneladas de poluentes no ar que respiramos. Já todos ou quase todos o sabíamos, e mais ou menos calculávamos, que o impacto deste comportamento não se iria ficar pelos danos já causados nos organismos vivos do planeta e nos que viria a causar a curto, médio e longo prazo. Já todos sabíamos que o problema é mais sério e como se isso bastasse, o caso vai muito para além disso, e o efeito de estufa a nível do planeta é uma ameaça tanto ou mais grave que a própria contaminação do ar que respiramos. Porém, os nossos governantes passados e presentes, calcularam que, enfim; era só um aumento de cerca de 1,5%, nada que nos pudesse matar já amanhã. Pelo menos a todos de uma vez não mataria certamente, por isso, nada como deixar andar e logo se vê. Agora estamos a braços com um aumento do nível de emissões perigosas de dióxido de carbono da ordem dos 9%. “Nada de grave”. Não é problema que não se resolva. Aliás, “nem problema chega a ser” já que a solução é deveras “inteligente” e já está encontrada. E qual é? Nada mais simples, compram-se a países terceiros as cotas de poluição que estes não utilizaram, e assim, poluímos nós por eles. Então, criticavam-se os U. Staites, porque se recusavam, e por várias vezes o fizeram; a assinar o tratado de Kioto. Então para que fomos nós dos primeiros a subscrevê-lo? Talvez porque nos dê gozo estar mais tempo sem o cumprir não? Seja como for, não é mais possível fingir que nada de grave se passa. Passaram-se várias décadas desde que estes problemas começaram a mostrar os primeiros indícios e nada de concreto foi feito para os impedir. Bem pelo contrário. Cada vez mais os bens de consumo são transportados por estrada. Os largos milhões de tubos de escape que percorrem o nosso país e o mundo, num vaivém incessante, para além de nos envenenam os pulmões com biliões de pequenas partículas tóxicas, envenenam o planeta inteiro com reflexos imediatos em todas as formas de vida existentes no planeta. As alterações climáticas que se estão a verificar são por si só um sinal mais que evidente do que estamos todos a tramar. Os nossos automóveis particulares também não estão isentos de culpa, mas a verdade é que não se vêem medidas de fundo a ser tomadas no sentido de deixarmos progressivamente de os utilizar diariamente a caminho dos nossos empregos. Não, pelo contrário, concentram-se os empregos no litoral ou nos arredores das grandes cidades, depois fazem-se mais pontes, mais auto-estradas, mais empregos chamam mais gente, e é uma roda-viva que não pára mais. Alterações estruturais que tragam resultados palpáveis quando a situação chegou onde chegou, podem levar décadas a implantar, o que quer dizer que se deveria ter começado há trinta anos atrás. A começar-se agora, atitude que nem sequer se vislumbra ainda, levariam quinze a vinte anos a implantar e talvez os tais trinta para se começarem a sentir alguns efeitos benéficos. Para além de todas as dificuldades naturais que semelhantes alterações iriam, ou irão encontrar, há ainda que contar com os grupos de interesses, cujos protagonistas vão continuar a olhar para os seus "lindos"umbigos como se fossem eles e os umbigos deles aquilo que de verdade conta.

João Chamiço

28.01.06

AFINAL A TERRA É REDONDA


João Chamiço

Durante a campanha eleitoral para a PR, haviam por aí alguns doutores (políticos e jornalistas) convencidos de que a Terra era plana, mas o resultado obtido por Manuel Alegre, e todo o movimento que se gerou em volta da sua campanha, levou-os finalmente a perceber, qual o formato correcto do planeta. Daí que muitos deles tenham descrito uma órbita em circulo para finalmente caírem sossegadinhos nos seus devidos ou indevidos e transitórios lugares. Esperemos que a lição tenha ficado aprendida. Esta, porque outras se seguirão. Não perdem pela demora.

28.01.06

O Cauteleiro


João Chamiço

Desfia suas velhas lembranças,
O homem da lotaria também
Vende aos outros, sonhos e esperanças
Daquelas que p’ra si próprio não tem.


Arrasta-se pelas praças e ruas
Lançando ao vento, um gasto pregão,
Todas as ruas e praças são suas
Que é nelas que vai ganhando o pão.


Não ganha p´ra ter fatos da moda,
Chamam-lhe; o homem do jogo branco
Ele nega com hábil argúcia.


E grita; amanhã anda à roda!
Traz nos lábios um sorriso franco
Com que vai disfarçando a angústia.


 

28.01.06

O Actor


João Chamiço

Quando ele encarna os personagens
É com a paixão desmedida
De quem espelha, em imagens
Os retratos da nossa vida.


Ele veste a pele do cordeiro
Que do lobo teme o instinto,
Faz de homem de muito dinheiro
Ou faz de mendigo faminto.


Ou faz um papel doloroso,
Ou representa a juventude
Sem evidenciar a saudade,


De encanto cheio e de virtude,
Faz até de um homem charmoso
Que já vai na terceira idade.

23.01.06

AGORA É PRECISO ASSUMIR


João Chamiço

QUANDO AS COISAS DÃO PARA O TORTO, JÁ NINGUÉM VOTOU NESTE NEM NAQUELE NEM NO OUTRO. A VERDADE É QUE OS VOTOS APARECEM E ESTÃO DE CERTEZA BEM CONTADOS. EU PRÓPRIO AJUDEI NA CONTAGEM.

 ESTE NÃO FOI O MEU CANDIDATO MAS SIM OUTRO QUE PODIA SER MELHOR OU PIOR MAS QUE EU CONSIDERAVA E CONSIDERO MELHOR MAS QUE NÃO GANHOU..

 AQUELES QUE ACABAM DE COLOCAR C. S. NA CADEIRA DEVEM ASSUMI-LO E NÃO RENEGÁ-LO QUANDO AS "DORES DE BARRIGA" CHEGAREM. ELAS VÃO CHEGAR, E OXALÁ EU ESTEJA COMPLETAMENTE ENGANADO.

23.01.06

BOLA DE TRAPOS


João Chamiço

Lá, de onde estiveres, abandonada


Volta, minha velha bola de trapos,


Ainda que de lama encharcada


Ou mesmo rota, desfeita em farrapos.


 


Volta, que contigo quero jogar


Nas esconsas ruas da minha aldeia,


E se voltares a ficar rasgada


Terei sempre à mão a velha meia.


 


Vem trazer-me as alegrias de outrora,


Oh minha companheira de incertezas


E cúmplice da pobre criançada,


 


Peço-te, volta para mim hoje, agora,


Vem, amenizar minha tristeza


Ainda que de lama encharcada.

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